quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

linhas azuis

Rio, Jul 2006

“eu sou um rio.”
entre a vigília e o sonho
vieram as palavras
e há muito não vinham assim
sem o filtro.
“eu sou o leito por onde corre...”
vou lembrar amanhã
mas tantas vezes esqueci
que por medo levantei.
era espantoso demais
para ignorar.
nua, no escuro
escrevi nas linhas azuis
mais sobre as palavras
do que elas mesmas.
perdi-as de todo jeito.
“eu sou o rio
eu sou o leito
a fonte jorra
das profundezas
de mim mesma
afinal.”

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